Floricultura e Ornamentais

Alcachofra?

Hoje iremos falar de uma planta pouco conhecida mas que pode nos fazer um bem danado. A alcachofra, de nome cientifico Cynara scolymus, possui origem europeia, mais especificamente nas regiões do Mediterrâneo, estima-se que ela tenha chegado aqui no Brasil há cerca de 100 anos atrás e desde então são cultivadas principalmente como alternativa de renda na agricultura familiar.

Popularmente classificada como hortaliça, esta é uma planta herbácea, com hábito de crescimento perene, em que sua produção acontece varias vezes ao ano. Suas características são: caule esbranquiçado, com folhas verdes lanceoladas e carnosas, sua flor tem coloração azul-violeta e sua altura pode atingir até 1,5m. É uma planta predominantemente de polinização cruzada (alógama) por apresentar flores hermafroditas – com órgãos masculinos e femininos viáveis em momentos diferentes.

A alcachofra é cultivadas nos estados do Sul e Sudeste do Brasil, em regiões que o clima é mais ameno. No ano de 2019, no estado de São Paulo, foram produzidas 4,32 milhões destas plantas – segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA – APTA) e quem obteve um maior destaque foi a cidade de Piedade-SP, com 120 hectares produzidos.

Devem ser plantadas com espaçamento de 2,0 a 2,5m entre fileiras e 1,0 a 1,5m entre plantas e seu ciclo pode variar entre 120 a 150 dias. Gostam de temperaturas entre 18°C a 25°C e a máxima de 30°C, preferem solos argilo-arenosos, férteis e bem drenados, não possui tolerância a solos encharcados, então – caso haja sistema de irrigação na área, deve haver um cuidado maior.

Para a adubação da cultura, o ideal é fazer uma análise química do solo e corrigir o ph deixando-o na faixa em torno de 6,5 – fazendo com que a saturação de bases fique em torno de 80% que é o melhor para a cultura. Depois de corrigida a acidez do solo pode-se optar pela adubação química ou adubação orgânica, sendo que a orgânica é muito mais valorizada neste meio de mercado (por não utilizar defensivos agrícolas), sendo assim, pode-se utilizar compostos como “bokashi”, esterco curtido, biofertilizantes e compostagem, não podendo faltar os nutrientes como o cálcio e magnésio, pois são extremamente exigentes dos mesmos.

Seu plantio pode ser realizado de duas formas, por meio de sementes (reprodução sexuada), não muito utilizada em função de não assegurar as características da planta matriz, a não ser que se utilizem sementes de híbridos selecionados para este fim. Outra opção de propagação e a mais utilizada é a de rebentos (reprodução assexuada ou vegetativa), suas brotações surgem ao redor da planta-matriz e após a senescência, as mudas são obtidas. Desta forma, acelera o inicio da colheita e reproduz com segurança as particularidades da planta-matriz. Aqui deve haver algumas limitações como em relação a necessidade de cuidados com a sanidade do material de origem, para que não ocorra disseminação de pragas, bacteriose e fungos.

Possuindo inúmeros benefícios para a saúde, ajudando as pessoas que sofrem de sintomas persistentes e repetitivos de indigestão, também possui uma ação benéfica da planta a hiperlipoprotreinemias (ocorre quando existe um excesso de lipídeos/gordura no sangue), diminuindo as taxas de desenvolvimento de doenças vasculares.

Sua utilização é vasta e contarei para vocês algumas possibilidades, suas brácteas e folhas podem ser utilizadas para fins medicinais em função de suas propriedades fitoterápicas, pois é indicada para tratamento para problemas no fígado, como diurético e controle do colesterol. Também muito apreciada na culinária, com seu visual único e suas qualidades nutricionais, sendo comum a planta ser cozida em água e sal, para seu emprego em pratos como risoto, lasanhas, recheio para pastéis e bolinhos veganos. E não para por ai não em…seus capítulos (inflorescências) podem ser processados na indústria de conservas, em que a parte interna pode ser consumida como palmito, sendo muito apreciada nas cozinha italianas e francesas. Seu propósito também pode ser ornamental, podendo estar presente em hortas e jardins devido aos seus atributos organolépticos (beleza, cor, estrutura, tamanho).

Como podem ver, o cultivo da alcachofra demonstra ser totalmente adequado as pequenas propriedades rurais, indicando um bom retorno ao capital investido e à mão-de-obra utilizada, com alta importância econômica e social. Assegurando novas possibilidades na alimentação da comunidade, fornecendo oportunidades aos comerciantes e empreendedores, que podem alcançar novos públicos, trabalhar com alto valor agregado e estimular uma alimentação mais equilibrada e saudável.

Algumas dicas para os produtores são fundamentais, como ter um planejamento adequado em termos de produtividade, de maneira a alocar de forma eficiente os recursos e dessa forma, reduzir os custos de produção, com disponibilidade de funcionários, principalmente em momentos como o manejo e a colheita.

Fonte: Canal do horticultor

Isso é tudo pessoal, os links deixados no final são bastante pertinentes caso queiram conhecer mais sobre essa cultura pouco comentada. Até o próximo post 🙋🏻 

Referências utilizadas:

CAMARGO, F. P. Mercado de alcachofra no estado de São Paulo e viabilidade da produção orgânica. Instituto de Economia Agrícola: Informações Econômicas; São Paulo-SP, abril de 2009. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/publicacoes/IE/2009/tec6-0409.pdf&gt;.

LEMOS, A.L.A. Alcachofra: Nutrologia. Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM); São Paulo-SP, abril de 2012. Disponível em: <http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2012/v17n2/a3018.pdf&gt;.

MORAES, C. F. Propagação por rebentos e germinação de sementes in vitro da alcachofra. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária de UPF; Passo Fundo-RS, junho de 2007. Disponível em: <http://tede.upf.br/jspui/bitstream/tede/475/1/2007CassieliFaccindeMoraes.pdf&gt;.

Deixe um comentário